Humildade agrega e soberba divide
Humildade e soberba tem duas características muito importantes e completamente divergentes: a humildade é agregadora e a soberba é separadora. A palavra demônio significa "aquele que produz divisão, separação". A tática maligna da divisão das pessoas encontra grande apoio na soberba do coração. A terra está coberta de religiões das mais diferentes denominações, religiões sem conta, além dos inúmeros grupos e comunidades não denominacionais. No momento em que escrevo estas palavras, o número de religiões aumenta ainda mais.
Dos primeiros convertidos, que eram a expressão mais pura da doutrina dos apóstolos, sem dúvida a soberba fez com que muitos (não todos) se apartassem, iniciando novas crenças e religiões, onde ensinos pagãos e mentirosos foram então inseridos. Estes que se desviaram, sem dúvida foram os que não queriam se submeter aos mandamentos e doutrinas dos apóstolos, criando então suas próprias religiões, onde eles pudessem exercer o poder. Isto era fato naquela época, do mesmo modo como é fato hoje.
É interessante notar que, em qualquer grupo que se aparte por soberba, logo haverá entre eles nova divisão ou tomada do poder, pois o princípio que continua operando neles é o mesmo. Em qualquer reino onde impera a soberba, quem tem o poder não pode dormir, senão será derrubado por alguém próximo que almeja aquele poder. Por causa do princípio da soberba, reis já foram destronados e mortos pelos seus próprios filhos, líderes religiosos já foram mortos por seus sucessores, presidentes já foram depostos e assassinados; tudo em nome do poder.
Como a independência é um princípio oriundo da soberba, entre os soberbos não há dependência, e, em princípio, todos são descartáveis. Para um soberbo não há incômodo maior do que outro soberbo! Entre eles haverá sempre disputa, competição e luta pelo lugar mais elevado.
Então, como pode haver unidade entre pessoas que se consideram mutuamente descartáveis, ou, no mínimo, inferiores a si? Como pode haver unidade entre pessoas que se consideram independentes, e portanto, acham que as demais não lhe são importantes?
Você se lembra que Absalom, filho de Daáud, armou uma rebelião para destronar o próprio pai? Lembra-se também que tal rebelião lhe custou a vida e a condenação? Tudo isto, devido a que? Soberba. Absalom não buscava o lugar de baixo, que é para onde a humildade nos aponta, mas sim o lugar mais elevado, que é para onde a soberba em seu coração apontava, não importando o preço.
Estes fatos são facilmente observáveis em qualquer sociedade, seja civil ou religiosa, onde impere a soberba. Papas católicos já foram mortos ou exilados por aqueles que almejavam seu duplo poder religioso-temporal, pastores protestantes já foram expulsos de suas congregações por outros que almejavam seus lugares, presidentes já foram depostos e assassinados, sendo que eles mesmos já haviam deposto e assassinado seus antecessores.
O importante é notar que, quanto maior for a soberba no meio observado, maior é a quantidade de trocas de poder neste meio. Só um único fator consegue manter o poder num meio onde impera a soberba: a força. Este é o fator único que mantém o reino das trevas sob o domínio de ha-satan. Força.
As escrituras nos dão evidências claras desta manutenção do poder pela força no reino das trevas. A forma como os demônios suplicaram a YAOHUSHUA (IAORRÚSHUA) que não os mandasse para fora daquela região em que se encontravam, é indício claro dos castigos que sofreriam caso seus superiores hierárquicos os encontrassem fora daquela região. A estratégia de atuação geográfica do reino das trevas, com seus principados, potestades, dominadores e forças espirituais do mal, não é assunto deste estudo, mas este exemplo serve para ilustrar este poder maligno e hierarquia maligna mantida pela força.
Atentemos, porém, para o lado luminoso da questão, que é um reino mantido pela submissão voluntária dos seus integrantes. O livro de Hebreus nos ensina e nos afirma que "certamente o menor será abençoado pelo maior". (Hebreus 7:7).
Se, de fato, consideramos, no íntimo, nossos irmãos superiores a nós próprios, então, a primeira e imediata conseqüencia disso, é termos em cada um deles uma fonte de bênção para nós. Quando isso ocorre no nosso coração com verdade, entendemos que cada irmão sendo superior a nós próprios, se torna um abençoador nosso de acordo com Hebreus 7:7.
Havemos de desejar sempre estar unidos àqueles que nos abençoam. Não teremos jamais o desejo de nos separarmos deles. A humildade é agregadora.
Como a humildade produz dependência, de imediato todos à nossa volta se tornam indispensáveis. Precisamos deles, são nossos abençoadores! O maior abençoa o menor. Se deixamos a humildade ocupar todo o nosso coração, a ponto de nos fazermos o menor de todos, então teremos muitos abençoadores.
Quando os irmãos se tornam nossos abençoadores e reconhecemos a grande necessidade deles, então jamais iremos desejar nos afastar deles. Se somos submissos de coração, então estaremos satisfeitos com nossa posição na hierarquia do Reino, seja esta posição qual for. Isso jamais fará com que queiramos o lugar de cima, ou que nos apartemos para um reino-próprio.
Qualquer esforço por unidade que não tenha sua base firmemente alicerçada na humildade, está fadada à derrota e fracasso. Já presenciei em minha vida muitas destas tentativas de "unidade planejada", onde o tom da conversa era muito parecido com as divisões territoriais de mafiosos ou traficantes. "Eu fico com esta área, você com aquela e ele com aquela outra".
É triste ver que há pessoas ainda fortemente movidas por soberba, buscando lugares elevados, buscando "cargos", buscando posições, buscando superioridade, buscando seguidores, e defendendo com todas as forças seus "reinos próprios". Nem conseguem pensar em perder o reinado ou ter que dividí-lo com outro. E o pior que isto causa é que suas lutas pelo poder se tornam muito maiores que suas lutas pela verdade.
Todos os reinos pertencem integralmente a YAOHUH UL (IÁORRU UL). É tudo dEle e para Ele. É YAOHUH UL (IÁORRU UL) quem levanta reis e Quem os derruba. Aquele que quiser ser o maior no reino dos céus, seja o menor, o que serve a todos.
Só existe um único tipo de divisão escritural ao qual devemos obedecer com presteza e seriedade: é a divisão entre luz e trevas. As escrituras afirmam que não há nenhuma comunhão entre luz e trevas. A separação neste caso é total. Esta separação não é provocada por soberba, nem por considerar os outros inferiores a nós. Não é causada também por acharmos os outros "descartáveis", mas ao contrário, é causada pela obediência às escrituras. Não compactuar com mentiras, não compactuar com pecado, não compactuar com soberba, não compactuar com rebeliões, enfim, não compactuar com nada que pertença ao reino das trevas.
Os princípios e o perdão
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Manyaohu (corrompido como 'Mateus') 18:23-35 - "Por isso o reino dos céus é semelhante a um rei que resolveu ajustar contas com seus servos. E, passando a fazê-lo, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos. Não tendo ele, porém, com que pagar, ordenou o rei que fosse vendido ele, a mulher, os filhos e tudo quanto possuía e que a dívida fosse paga. Então o servo, prostrando-se reverente, rogou: Sê paciente comigo, e tudo te pagarei. E o rei daquele servo, compadecendo-se, mandou-o embora e perdoou-lhe a dívida. Saindo, porém, aquele servo encontrou um de seus conservos que lhe devia cem denários; e, agarrando-o o sufocava, dizendo: Paga-me o que me deves. Então, o seu conservo, caindo-lhe aos pés, lhe implorava: Sê paciente comigo, e te pagarei. Ele, entretanto, não quis; antes, indo-se o lançou na prisão, até que saldasse a dívida. Vendo os seus companheiros o que se havia passado, entristeceram-se muito e foram relatar ao seu rei tudo que acontecera. Então, o seu rei, chamando-o, lhe disse: Servo malvado, perdoei-te aquela dívida toda porque me suplicaste; não devias tu, igualmente, compadecer-te do teu conservo, como também eu me compadeci de ti? E, indignando-se, o seu rei o entregou aos verdugos, até que lhe pagasse toda a dívida. Assim também meu YAOHUH AB (YAOHUH PAI) vos fará, se do íntimo não perdoardes cada um a seu irmão".
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É de extrema clareza a vontade de YAOHUH UL (IÁORRU UL) quanto ao perdão em seus diversos aspectos. Há alguns aspectos a serem considerados nesta questão que é bem ampla; entretanto, nosso objetivo principal é o de estudar o relacionamento do perdão com os princípios, ou melhor dizendo, a origem do perdão nos princípios fundamentais de luz. Os aspectos a serem considerados são:
1 - Perdão das ofensas dos homens.
2 - Perdão de ofensas inexistentes, tanto dos homens quanto de YAOHUH UL (IÁORRU UL).
3 - Pedido de perdão das nossas ofensas aos homens e a YAOHUH UL (IÁORRU UL).
4 - Restituição da parte ofendida. (Arrependimento de Zaqueu).
Quando alguém nos ofendeu ou se tornou nosso devedor, nos colocou numa posição de superioridade em relação a si. Deu-nos o direito de cobrar, exigir e até mesmo punir. Ele tem algo nosso com ele que nos dá o direito de usar todos os meios para reave-lo, para sermos ressarcidos da perda. Podemos forçar nosso devedor a vender seus bens para nos pagar, podemos lançá-lo na prisão, podemos arquitetar planos de vingança, enfim, há um sem número de atitudes que a posição de superioridade que nos foi conferida pela dívida ou ofensa nos faculta. Quem está nessa posição, a de credor, tem a faculdade de exercer juizo sobre seu devedor ou ofensor, e quem exerce juizo é juiz.
Temos porém entendido, que os princípios de luz (humildade, submissão e dependência) nos apontam sempre para o lugar de baixo e não para o lugar de cima. Não há prazer no humilde em estar em posição de superioridade. Quando exercemos autoridade, o fazemos apenas por serviço a YAOHUH UL (IÁORRU UL) no seu coração abençoador, jamais por prazer. Estar por cima é incômodo para o humilde tanto quanto o é estar por baixo para o soberbo. Se a dívida ou ofensa de alguém nos colocou em posição de superioridade, é de se esperar que o humilde deseje se livrar deste incômodo rapidamente, e que o soberbo busque eternizar esse prazer. Há duas formas de desfazer esta situação de superioridade: a primeira é pela quitação da dívida; a segunda, é pelo perdão da dívida. Nem sempre é possível quitar uma dívida ou retratar uma ofensa, no seu todo, ou em parte. Quando não há como pagar, só restam as opções da punição, ou do perdão.
Numa situação de dívida ou ofensa há sempre duas partes e duas questões a serem consideradas: a do credor, ou ofendido, e a do devedor ou ofensor. Consideremos primeiramente a parte do credor, ou ofendido.
A humildade sempre nos conduz ao lugar de baixo, nunca aos lugares superiores. Todo prazer de uma posição de superioridade é proveniente da soberba. É de se esperar que o humilde procure desfazer logo esta situação de superioridade na qual se viu envolvido em função da ofensa que recebeu, que abandone logo a posição de juiz e a entregue para aquele que é o verdadeiro Juiz, YAOHUH UL (IÁORRU UL), nosso Altíssimo, a quem pertence toda a vingança e juizo. Se nos colocamos na posição de juízes e vingadores estamos usurpando atribuições de ULHIM, e usurpação só provém de soberba. YAOHUH UL (IÁORRU UL) sempre espera que voluntariamente nos humilhemos e vivamos em humildade; portanto YAOHUH UL (IÁORRU UL) espera que realmente procuremos nos desfazer desta posição de superioridade. Como? Perdoando toda dívida de imediato e unilateralmente. Quando perdoamos, nós liberamos o devedor de sua dívida e, com isso, de estar sujeito (em condição de inferioridade) a nós, credores, e entregamos o caso totalmente a YAOHUH UL (IÁORRU UL), o Juiz perfeito. O perdão rasga a promissória, desfaz todos os registros legais da dívida ou ofensa. Quando retemos o perdão, é a soberba que está atuando no coração e os males que ela produz são incalculáveis. Aquele que não perdoa não sabe que maiores males está trazendo para si próprio do que para o ofensor de quem quer se vingar. A soberba no coração produz toda sorte de doenças espirituais, psíquicas e físicas. Toda espécie de ação espiritual de cura está sempre relacionada com perdoar ou ser perdoado. A falta de perdão é um produto da soberba, princípio de trevas. O perdão procede da humildade, princípio de luz. Não existe misericórdia na soberba. Misericórdia é um princípio de luz proveniente da humildade; por isso YAOHUH UL (IÁORRU UL) é misericordioso.
Consideremos agora a parte do ofensor ou devedor.
Quando ofendemos ou somos devedores sem ter como pagar, estamos em situação de inferioridade, sujeitos às deliberações de nossos credores. Dependemos de sua misericórdia em nos perdoar e nos liberar de dívidas impagáveis, e não receber as punições devidas pela ofensa ou dívida não quitada. Nessa questão a humildade atua de modo a reconhecer a condição de devedor ou ofensor, certificar-se da impossibilidade de quitação total ou parcial da dívida ou retratação da ofensa, e sujeição ao credor em dependência da misericórdia. Quando, pela humildade, reconhecemos nossa ofensa e pedimos perdão, estamos nos colocando em baixo, nos sujeitando ao credor e, como acontece com todo o que vive e pratica a humildade, estamos contratando os serviços de defesa do maior Advogado do universo, YAOHUSHUA (IAORRÚSHUA), o Messias. Quando nos humilhamos, nos arrependemos e pedimos perdão, imediatamente o nosso credor passa a se entender com o nosso Advogado, não mais conosco. O pedido de perdão traz embutida, implícita, uma afirmação que só em humildade podemos fazer: "Errei". O soberbo não admite errar. Reconhecer o erro, para o soberbo, é extremamente difícil e doloroso. Fere a sua falsa auto-imagem de perfeição e superioridade.
A expressão em negrito acima "sem ter como pagar" deve receber algumas considerações pertinentes, e nesse caso, nos referiremos às escrituras em Lucas 19:1-10. O verso 2 nos afirma que Zaqueu era rico. Zaqueu passou por uma verdadeira conversão num encontro com YAOHUSHUA (IAORRÚSHUA), e, em conseqüência, um grande arrependimento de sua vida passada lhe aflorou do coração em palavras. Suas palavras mostraram um arrependimento, entre outros não registrados, do pecado de defraudar pessoas e tirar lucro disso. A ação do arrependimento de Zaqueu provocou em seu coração o desejo de restituição, e até quadruplicada. Sua ação de arrependimento foi aprovada pelo Altíssimo. Quando temos como restituir, ainda que em parte o nosso credor (ou credores), devemos fazê-lo. Imaginemos que eu atropelo uma pessoa e com isso sua perna é fraturada. Então eu salto do carro, vou até a pessoa e digo: me perdoe, eu errei. Então dou meia volta, entro no carro e deixo lá a pessoa caida no chão, sem ter como andar. Que você acha disso? Muito estranho, não? Muito pouca consciência da responsabilidade sobre o dano. O perdão atua, e deve atuar, naquilo que não temos como pagar. Nosso pedido de perdão não nos libera da responsabilidade de restituirmos aquilo que estiver em nossas mãos para fazê-lo, como Zaqueu tinha em mãos o necessário para restituir os que foram defraudados. É de se esperar, pela retidão, que o atropelador, no caso, socorra sua vítima, o encaminhe a um hospital e se incumba das despesas a seu alcance para o tratamento. Nossas ofensas contra YAOHUH UL (IÁORRU UL) são impagáveis, porquanto o salário do pecado é a morte; contudo, há muitas ofensas e dívidas pagáveis aos homens no seu todo ou em parte, e é dever do arrependido se responsabilizar por elas.
Ainda um último aspecto a abordarmos é a questão do perdão de ofensas não cometidas. É muito comum a soberba tornar o coração de um homem ofendido gratuitamente, simplesmente por alguém, ou até mesmo o Altíssimo YAOHUH UL (IÁORRU UL), ter agido de forma diferente do que sua soberba determinava. YAOHUH UL (IÁORRU UL) nunca erra, é perfeito, bom, misericordioso, justo, compassivo; entretanto há muitos que estão indignados contra o Altíssimo por "discordar dEle" devido à soberba de seus corações, por YAOHUH UL (IÁORRU UL) ter dado um tratamento a algum aspecto de sua vida, diferente do que era esperado. Também os homens fazem e dizem coisas diferentes do que esperamos ou entendemos que deveria ser dito. Nenhum desses casos, na realidade se constitui em real ofensa. A soberba é que cria uma ofensa imaginária, devido aos seus planos ou conceitos não terem sido acatados. O soberbo tem uma facilidade extrema de se ofender com tudo e com todos. Todos os pontos não concordantes são motivos para se sentir ofendido. A posição de ofendido é uma posição de superioridade (quando a ofensa é real), e o soberbo ao se ofender com facilidade busca trazer os outros para baixo de si, em busca de perdão. Apesar da análise da origem da misericórdia na humildade não ser ainda parte deste estudo, gostaria de encerrar este capítulo com uma importante afirmativa já feita antes: não há misericórdia na soberba. Exercer misericórdia só é possível com humildade no coração.
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