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TANAKH - BERESHIYT (Gênesis) Cap. 1 Partes: 1 2    Próxima   
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Expressões ou palavras entre colchetes referem-se a traduções alternativas possíveis no idioma hebraico.
Parêntesis são utilizados para palavras que não aparecem no texto hebraico, mas que são corretamente subentendidas pela construção verbal ou ortografia hebraica.

No princípio criou Ulhim os céus e a terra.
"Ulhim" é o título original hebraico usado pelo povo judaico significando "O Criador Eterno". Em fonemas da língua portuguesa deve-se pronunciar "UL-RIM", com a tônica na sílaba "RIM". "Ulhim" é a forma uni-plural, que pode ser usada tanto para singular como para plural, embora também ocorra a forma singular pura "UL". A influência pagã alterou a pronúncia para "ELOHIM" e para "EL", devido aos cultos pagãos primitivos de "EL". "ELOHIM" é má leitura de "ULHIM" como "EL" é má leitura de "UL". A palavra "Shamaiym" em hebraico significa "céus", sempre no plural. Ao encontrar a palavra céu, no singular, nas traduções, devemos desconsiderar, pois em hebraico só existe a forma plural "céus". Também devemos considerar a palabra "bereshiyt" como traduzível por "no princípio", em relação à criação, pois obviamente o Criador é Eterno e anterior a qualquer fato, em especial à sua própria obra de criação.
E a terra estava um caos absoluto; havia treva sobre a face do abismo, e o RUKHA Ulhim movia-se [pairava] por sobre as águas.
Considera-se uma lacuna temporal entre o primeiro verso e o segundo, com base em que "tôhu vabôhu" (caos absoluto) não faz parte da perfeição com que Ulhim age na criação. A rebelião do "mimshakh kerub" (querubim ungido) teria ocorrido nesta lacuna, cujo relato em Kozoqiul 28:11-19 comprova as razões para "tôhu vabôhu". Alguns autores consideram "tôhu vabôhu" apenas como uma fase inacabada da criação, contudo a expressão "caos abosoluto" indica desordem, falta de harmonia, como algo que teve causa, e não apenas um processo em andamento, uma vez que a harmonia de ULHIM não pode dar origem à desarmonia caótica.
RUKHA Ulhim é o terceiro Ser Eterno Criador mencionado nominalmente nas escrituras. RUKHA é a pronúncia correta arcaica, e não o moderno "Ruach" dos dias atuais. Este Nome do terceiro Ser Eterno Criador deve ser pronunciado como RÚRRA, sendo que o "R" inicial se pronuncia como um "R" intermediário, como na palavra "CARO". Pegue a sílaba "RU" da palavra "ARUBA", junte com a sílaba "RA" da palavra "RADAR" e você terá a pronúncia correta deste Nome.
E disse Ulhim: Haja luz, e houve luz.
Este verso possui um sentido totalmente espiritual, uma vez que os "grandes luzeiros" só serão criados nos versos 14, 15 e 16. Esta é luz num sentido espiritual e não luz visível natural.
E viu Ulhim que a luz era boa, e separou [diferenciou, distingüiu] Ulhim a luz, das trevas.
Luz são todos os princípios espirituais aderentes à sabedoria e vontade de Ulhim. Trevas são todos os princípios espirituais não aderentes à sabedoria e vontade de Ulhim. Aqui Ulhim estabelece distinção entre os princípios espirituais de luz e os princípios espirituais de trevas.
E chamou Ulhim à luz, Dia, e às trevas, chamou Noite. Houve tarde e houve manhã, o dia um.
Dia e noite, aqui, possuem também um sentido espiritual, uma vez que o poente e o nascente do "grande luzeiro" é que determinarão os dias naturais, a partir do verso 16. A ausência dos ciclos de claridade e escuridão naturais, que só existirão a partir da criação do "grande luzeiro", nos indica com clareza o sentido espiritual deste conceito. É também interessante observar que "houve tarde e houve manhã", quando o "grande luzeiro" ainda não havia sido criado, o que aponta para um conceito de duração de um dia pré-determinado, e não ocasional em função da futura rotação da terra, com nascente e poente do "grande luzeiro". Ulhim Se mostra, assim, também soberano sobre o tempo.
E disse Ulhim: Haja um firmamento [abóbada] no meio das águas, e haja separação entre águas de águas.
O conceito de firmamento é nitidamente de separação. "Águas de águas" aqui representam o reino espiritual e o reino natural físico. A parte interna do firmamento contém o reino natural material. A parte externa, todo o reino espiritual. Além do sentido espiritual, podemos atribuir aqui também um sentido físico, melhor entendido pela ocasião do dilúvio quando as águas sobre o firmamento descerão para cobrir toda a terra.


Fez pois, Ulhim, o firmamento [abóbada], e separação entre as águas debaixo do firmamento e as águas sobre o firmamento, e assim se fez.
Novamente aqui o conceito de "debaixo do firmamento" evidencia a envoltura do reino natural físico, que se encontra "debaixo do firmamento". Entende-se melhor ao comparar com Atos 7:56 na visão dos "céus abertos" ou do "firmamento aberto", onde foi possível enxergar o que se encontrava no reino espiritual, por trás do firmamento, somente devido a uma abertura momentânea deste. Esta mesma experiência é relatada em outros textos das escrituras, igualmente.
E chamou Ulhim ao firmamento [abóbada], Céus. Houve tarde e houve manhã, o dia segundo.
Céus, aqui, explicita a camada limítrofe do reino natural físico, que o separa de qualquer percepção natural do reino espiritual. Os corpos celestes, como os luzeiros e as "cocavim" (corpos celestes com luz própria), ainda não foram criados até este momento. Esta já é a preparação para uma percepção espiritual exclusivamente pela fé.

E disse Ulhim: Juntem-se as águas debaixo dos céus a um lugar, e apareça a terra seca, e assim se fez.
Esta é a formação física do oceano e da terra seca. O uso do singular para "um lugar" e também para "a terra seca" sugere uma geografia inicial diferente da atual.

E chamou Ulhim à terra seca, Terra, e ao lugar das águas, Mares, e viu Ulhim que isso era bom.
Ulhim continua a dar nomes aos componentes de Sua criação, como já havia feito anteriormente com a luz (dia-yôm), as trevas (noite-laylah) e o firmamento (céus-raqiya).


E disse Ulhim: Arrelve-se a terra com relva, ervas produzindo semente e árvores frutíferas que dêem fruto segundo a sua espécie, cuja semente esteja nele, sobre a terra, e assim se fez.
Aqui tem início a fase viva da criação, com os vegetais; Ulhim evidencia Seu caráter supridor, preparando todo o ambiente terreno para a futura habitação do ser humano.


E produziu, a terra, relva, ervas que davam semente segundo a sua espécie e árvores que davam fruto, cuja semente estava nele, conforme a sua espécie, e viu Ulhim que isso era bom.
Conforme Ulhim diz, cada componente da criação vem a existir.

Houve tarde e houve manhã, o dia terceiro.


E disse Ulhim: Haja luzeiros no firmamento dos céus, para fazerem separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinalizar, para épocas, para dias e anos.
Ulhim aqui estabelece os "marcadores de tempo", sobre uma medida de tempo pré-estabelecida no verso 5. Ficam, assim, demarcados os períodos do tempo terreno. "Atêth" nos antecipa todo o processo de orientação na navegação. A forma de interpretação de "atêth" aqui se limita à esta orientação de navegação, uma vez que quaisquer prognósticos, adivinhações ou ações decisórias, baseados em sinalização de luzeiros, serão, mais adiante, explicitamente reprovados. (Deut. 18)

E sejam para luzeiros no firmamento dos céus, para luzirem sobre a terra, e assim se fez.
Ulhim expõe em Sua criação a grandeza do Seu poder e esplendor.


Fez Ulhim os dois luzeiros grandes: o luzeiro maior para governar o dia, e o luzeiro menor para governar a noite; e fez também as "cocavim" (corpos celestes com luz própria, estrelas).
As escrituras contrariam as versões científicas da terra ter se originado a partir de uma explosão do "grande luzeiro", uma vez que a terra é pré-existente ao "grande luzeiro". De acordo com as escrituras, os "grandes luzeiros" e as "cocavim" (corpos celestes com luz própria) foram criados posteriormente à "ha-aretz" (a terra).
E os colocou, Ulhim, no firmamento dos céus, para luzirem sobre a terra,...
A maravilha do poder criador de Ulhim, bem como Sua sabedoria e conhecimento, são manifestos agora, de dia e de noite. Se por um lado a idolatria se maravilha com os luzeiros em si, as escrituras apontam para o Criador das maravilhas.

...e governarem de dia e de noite e fazerem separação entre a luz e as trevas, e viu Ulhim que isso era bom.

Houve tarde e houve manhã, o dia quarto.
E disse Ulhim: pululem as águas de pequenos animais [répteis], seres viventes; e voem aves sobre a terra, na face do firmamento dos céus.
Prossegue a fase viva da criação, agora com os animais aquáticos e aves. "Peney raqiya ha-shamaiym" desenha com palavras as aves voando tendo o firmamento como "pano de fundo".
"Sheretz" pode ser traduzido como "réptil", e também é uma palavra genérica para "pequenos animais".


E criou Ulhim os grandes dragões [crocodilos], e todo ser vivente réptil, os quais pulularam as águas, segundo as suas espécies; e todas as aves, segundo as suas espécies, e viu Ulhim que isso era bom.
"Taniynim" possui tradução de "dragão" ou de "crocodilo". Algumas traduções procuram poetizar o texto com uma tradução menos literal, divergindo para "baleias" (leviathan) ou "grandes animais marinhos", palavras estas que não estão presentes no texto original.

E abençoou-os Ulhim ao dizer: Crescei e multiplicai-vos e enchei as águas dos mares; e as aves se multipliquem em terra.
Ulhim criou vida que produz vida. A maravilha da multiplicação da vida é aqui exposta. Toda vida deve se multiplicar e produzir mais vida.

Houve tarde e houve manhã, o dia quinto.
E disse Ulhim: Produza a terra criatura [ser] vivente, conforme a sua espécie; fera [animal selvagem], réptil, o que vive na terra, segundo a sua espécie, e assim se fez.
As traduções mais literais para "behemah" são: "fera", "besta", "bicho", "animal".


E fez Ulhim os que vivem na terra, segundo a sua espécie, as feras [animais selvagens] segundo a sua espécie, e todos os répteis do solo, segundo a sua espécie, e viu Ulhim que isso era bom.


E disse Ulhim: Façamos um homem [ser humano] à Nossa imagem, conforme a Nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, as aves dos céus, os animais, toda a terra e todos os répteis que rastejam sobre a terra.
"Adam", o ser humano. Adam não é um nome próprio dado ao primeiro homem, mas sim a palavra hebraica que significa "ser humano", "o homem". A maioria das traduções passaram a se referir ao primeiro ser humano como se seu nome fosse "Adão", o que é incorreto, pois extraíram este nome do hebraico "adam" que significa apenas "ser humano", não sendo um nome próprio pessoal. Adiante, no capítulo 5 verso 2 veremos que ambos, o homem e a mulher são chamados "adam" como nome genérico da espécie. "Adam" se origina da palavra "adamah" que significa "solo", "chão", "terreno", de onde o ser humano foi feito. É fato, também, que alguns versos citam "adam" com referência ao varão somente, o que ainda não se constitui base para considerarmos "adam" como um nome próprio. Aqui também observamos o homem sendo criado segundo "tzelem" e "demuth" (imagem e semelhança) do Criador.

E criou Ulhim o homem [ser humano] à Sua imagem, à imagem de Ulhim o criou; macho e fêmea os criou.
Aqui vemos, de forma mais clara, a utilização da palavra "adam" como ser humano, pois a escritura se refere aqui a um "adam macho" e um "adam fêmea".


E abençoou-os Ulhim e disse-lhes Ulhim: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, as aves dos ares e toda criatura [ser] vivente que se move sobre a terra.
Aqui, além da benção multiplicadora de vida, o ser humano recebe autoridade sobre toda a terra e sobre todos os animais. Fica estabelecido aqui o governo do ser humano sobre a terra.


E disse Ulhim ainda: Eis que vos tenho dado todas as ervas que dão semente e se acham na superfície de toda a terra e todas as árvores em que há fruto que dê semente; isso vos será para mantimento.
Ulhim estabelece aqui a alimentação do homem, preparada de antemão. No estado de pureza do homem, antes do pecado, não havia previsão de morte de animais para alimentação do homem. Não havia necessidade de derramamento de sangue para tal finalidade.


E a todos os viventes da terra, e a todas as aves dos céus, e a todos os répteis da terra, em que há fôlego de vida, toda erva verde lhes será para mantimento, e assim se fez.
Também a alimentação dos animais não previa derramamento de sangue, antes do pecado do homem. A natureza do homem e de toda a terra, no estado de inocência, não incluía morte, derramamento de sangue.

Viu Ulhim tudo quanto fizera, e eis que era muito bom. Houve tarde e houve manhã, o dia sexto.
Ulhim conclui aqui Sua criação, após a criação do ser humano e estabelecimento de sua alimentação no estado de inocência.
Prosseguir para a parte 2 desse estudo. Partes: 1 2    Próximo    Home